quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Deus: um zumbi a ser sumariamente exterminado


Friedrich W. Nietzsche fez um favor inestimável para a humanidade: pisou na garganta de uma serpente venenosa e moribunda, assim sepultando-a - apesar de seus restos mortais (afinal, tudo morre) ainda estarem emanando um cheiro podre e contaminando a chandala servil, que chamo insultosamente de "ovelhinhas". Sim, estou falando de deus, aliás, da "ideia de deus", essa abstração-câncer que infecta e mortifica várias civilizações, sejam "primitivas" (ok,e ssas merecem um desconto) ou "modernas". A hecatombe é geral: deus se tornou um zumbi a ser sumariamente exterminado. Atirem na cabeça, não tem erro!

Descerei com muito prazer a peia no cristianismo (aliás, 'paulismo'), que julgo ser uma fonte "prolífica" de recalque, niilismo, coerção e alienação - ou "a pior ideia sobre deus" . Onde há a cruz, há também a guerra. Ah, esses fantasmas maldosos que são inimigos do devir e da liberdade... Quantos não morreram em suas fogueiras e quantos não passam fome por seu egoísmo... Se 1/3 do ouro do Vaticano fosse negociado, a fome seria coisa - feia - do passado, mas o papa é pop e o pop não poupa ninguém.

Max Weber, um dos "pais" da Sociologia e meu porquinho predileto, deu uma força nisso com a célebre crítica ao agenciamento economia-religião (em especial o protestantismo, que Nietzsche designa como 'a forma mais danosa do cristianismo) e suas diretrizes de desencantamento do mundo. Desencantar para exorcizarmos fantasmas abstratos que só instigam a dominação - que, para o autor, divide-se em: jurídica, carismática e tradicional (podendo imbrincar-se). Joguemos o cristo-paulismo nas duas últimas categorias para continuarmos a diversão de chutar cachorro morto.

Jesus, cuja existência ainda não foi - e nem será -c omprovada empiricamente, sobretudo em História, Arqueologia e Antropologia, nada mais foi que um proto-hippie metido a dominador. Ora, se a revolução consiste na troca (sempre violenta) de um poder estabelecido por outro, quando deus Jr. revoltou-se contra seu próprio povo, os judeus, ele nada mais almejava que PODER. É, nem só a extinta banda (electro-pop-punk-funk) Montage fala de money, sucess, fame and glamour. É uma fórmula de trapaça universal a ambição tornada em ganância desmedida.

Muitas agitações sociopolíticas e truques de prestidigitação depois, surgiu um sujeito histérico e megalomaníaco chamado Paulo, que de santo nada tinha e que seguia "muito bem" a supracitada fórmula. Ele fundou este bordel abominável chamado de igreja católica, assim modificando nos séculos posteriores todo o âmbito macro da geopolítica mundial. Deste bordel saíram várias putas sifilíticas querendo seu próprio quinhão, fundando suas próprias franchisings. No Brasil varonil, uma puta descarada se tornou cafetina: atende pelo nome de Edir Macedo, que só perde para Adolf Hitler em termos de contaminação ideológica. A Globo está aí na disputa pelo prêmio de "cobra mais peçonhenta". Quem ganha é o público! Pois reality shows são o máximo, não achas, caro e destemido leitor? Favor assistir e rir:

http://www.youtube.com/watch?v=6PXWvLPyOwE

Infelizes e niilistas de todos os (fracos) tipos, em busca de uma muleta - com elas os impotentes caminham mais facilmente - grudaram na nascente ideologia como carrapatos sedentos por sangue aidético. E tem sido assim desde então, a chandala sempre acha mais fácil comprar pronto do que fazer, ou, seguir um caminho pré-determinado por salafrários da retórica que criar e seguir o seu próprio. Lascou-se o poder subjetivo e a noção do homem como senhor de si como fatores acessíveis às massas, sempre volúveis e voláteis negativamente. Não me renderei!

Já não consigo mais distinguir as igrejas dos cartéis de drogas, ambos campeões do ramo empresarial na Terra. Uns preferem pagar a traficantes metidos a Robin Hood por psicotrópicos para saciar seu spleen; outros preferem pagar o dízimo para padrecos pedófilos e pastores ultracapitalistas (olha as ovelhinhas virando rango de lobos sem parar!) com o mesmo intuito. - redenção. De um lado, paraísos artificiais, de outro, paraísos transcendentais apoiados em convenções mesquinhas e mitologias carochinescas que explicam de onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Com efeito, as drogas e vícios aqui em jogo apenas mudam de nome e contexto, arrebanhando uma legião de caricaturas de seres humanos.

Maffesoli fala de um "reencantamento do mundo", mas para além dessas convenções molares e tirânicas; é um "apóstolo", como o pluricitado Nietzsche, do trágico na vida, a vida como afirmação de si pelo contado com o outro. E é impressionante como certos ditos populares, como o "coisa ruim não morre fácil" estão corretos da mais brilhante razão. Não poderia deixar de concordar, visto que o maior e mais terrível de todos os zumbis continua infectando a humanidade, mas não com o conhecido T virus, e sim com o vírus Fé(zes). Recomendo Michel Onfray, ótimo remédio contemporâneo.

Não sou coprófilo (leia-se 'quem curte devorar merda e se lambuzar') e espero que quem leia tais linhas (de fuga) também não o seja. Para afirmar a vontade de potência subjetiva, é um dever e devir de todo ser humano racional recusar, atirar na cabeça e esquartejar este zumbi chamado deus a cada milissegundo. Ele ronda nossas, casas, escolas, universidades, hospitais, prisões, não-lugares (Augé) e onde mais possamos imaginar. Diga não à ao vírus fé(zes) e diga um sim à vida, à potência e ao devir-peia! Pelo triunfo da racionalidade perante o obscurantismo religioso-dogmático!

DIGAMOS SIM À VIDA, SEMPRE!

4 comentários:

  1. cara... eu concordo até certo ponto com a crítica à concepção cristã de deus que tu "fuzila".
    mas... sem a idéia de deus como um universal abstrato (sem contingência a lhe dar suporte), foi uma das grandes "descobertas" intelectuais do homem.
    alias, por exemplo, a abstração que o grande bigode usou(assim como tu usa) para "matar" deus só pode ser adquirida historicamente justamente pq o homem, em certo ponto, foi capaz de conceber a "idéia de um só deus abstrato e bla... bla... bla".

    uma parte das críticas que tu faz, alias, não tem nada que ver com a "idéia de deus" em si mas sim com o homem que usa qualquer idéia quase que como quiser...

    e, não sei se tu vai se ligar, mas outro exemplo meio estranho: se não fosse a "idéia de deus" vc não tocaria uma guitarra nem usaria um celular, pq ambas as tecnologias usadas para a construção desses artefatos só puderam ser levadas a cabo graças a abstração desenvolvida inicialmente com a "idéia de deus". (Santa matemática!!!!)

    mas, eu fuzilo sim a "instituição igreja", essa é feita de humanos e humanos são uma bosta. (-risos-)

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  2. Nosso amigo Niti atacava o conceito de Deus cristão, e não propriamente "Deus", se não ele entraria em uma causa teológica, ou seja, inútil. Mas acho que foi isso mesmo que você quis dizer. Tá bem revoltado, hein? Mas é sempre bom ver alguém que compartilha um pouco com suas ideias. Peia.

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  3. Hermes sacou bem: aqui estou atacando tanto a transcendência quando o que os homens fracos pegam como muleta. Agenciei-me com o Bigodão, mas pra mim essa balela teológica perdura tanto que merece uma porrada boa pra ampliar suas rachaduras. E, R., essa de pegar a ideia de deus como "norte" é a saída mais fácil, não acha? Prefiro promover uma reflexão marteladora e discordo dessa visão reducionista quanto à tecnologia - só concordo no ponto de que com ela, nós mesmos "brincamos de deus", mas aqui vejo imanência. E sou revoltado mesmo com essa merda.

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  4. Não, eu não pego a idéia de deus como "norte" não cara.
    É que eu tou "martelando" a concepção puramente filosófica e "bigoduda". Obviamente dá prá ver por outros ângulos qualquer coisa.

    Mas tipo, talvez tu tenha achado que eu falei em termos teológicos. Mas não foi, essa é uma discussão bem mais foda e Não deve confundir teológico com teleológico, são níveis de discussão diferentes.

    E sobre a tecnológica, a coisa não é reducionista não. É tudo sempre uma questão de em quem tu se fundamenta. Podemos ficar horas feitos bestas, um defendendo a concepção do Niet-boy e o outro a, por exemplo, do Poincaré. Qual dos dois vai ter coragem de dizer: "o meu tá certo?". Só o mais tolo, eu acho.

    O que eu quero realmente dizer é bem simples: "a idéia de deus é só mais uma das idéias do homem, com suas especificidades antecedentes e conseqüentes, qualquer um que a trate como algo mais que isso está justamente insuflando a coisa.".

    Quando tu fala "brincar de deus" tu pré-supõe justamente a idéia com a qual tu tá revoltado. Se liga? Esse é o problema da pós-modernidade.

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