terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O devir e a peia - part I





























Para EU romper dignamente o cabaço deste blog, nada mais justo que "descascar" um pouco das duas palavras, emblemáticas, que o batizam (sem impotências cristãs, por favor): devir e peia. Elas têm muito a dizer sobre a natureza das postagens que agora em diante brotarão por cá... Digamos que "quero ir além usando de violência".

"Devir" é uma antiga noção filosófica, já presente em Aristóteles e Heráclito, que também foi apropriada pelas Ciências Humanas; no dicionário Houaiss 3.0, nós, humanos, demasiado humanos, defrontamo-nos com suas noções mais elementares: vir a ser, tornar-se, transformar-se - um fluxo ininterrupto que supostamente rege o multiverso, criando e transformando o que chamamos de realidade. Para complexificar esta noção, recorro ao pensador com que mais me agencio, o "queridinho de meu saber" - Gilles Deleuze, pop'filósofo já falecido e polêmico até hoje, de longas unhas e ideias idem. Para ele,devir é jamais imitar ou fazer como, tampouco se conformar a um modelo; é o conteúdo próprio do desejo (encarado não como falta e sim, criação, produção) - o devir seria, pois, o conteúdo próprio do desejo, noção muito próxima a da vontade de potência do bigodudo martelador que lhe afetou e que também me afeta, Friedrich Nietzsche.

É uma potência de contaminação e esquecimento, que promove encontros entre termos heterogêneos para desterritorializá-los mutuamente, assim promovendo novos formatos do viver e do sentir. É a chave transgressora para o futuro, para o hibridismo, para tirar a poeira da história e podar as raízes das coisas-todas-loucas. Parte sempre de uma intensidade vibrátil com intenções moleculares, "faz fugir". Quem sabe o bilionário do entretenimento, Steven Spielberg sacasse dessas pirações quando fez a série De Volta Para o Futuro, bem antes do Michael J. Fox (McFlyyyyyyyyyyy) tremer mais que o culo de "nossas" funkeiras e congêneres nefastos.

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